Em muitas equipes de trabalho ter uma equipe que prioriza a inovação é criativa e engajada pode ser um incrível diferencial. Pode significar o sucesso da equipe e mais, pode significar crescimento e satisfação para todos.
Pensar de forma diferenciada e acreditar que pode fazer as coisas diferentes é algo que melhora imensamente o clima de uma equipe e por si só pode trazer senso de realização para as pessoas da equipe. E esse senso de realização, o propósito maior que nos ajuda a ir adiante a cada dia tem feito muita falta ultimamente.
São inúmeras as pessoas, colaboradores e líderes, que se queixam de uma desmotivação esmagadora. O excesso de atividades, reuniões que poderiam ser um e-mail, processos absurdamente mal desenhados, hiper conexão com os mais variados assuntos fazem com que o ambiente de trabalho seja tudo, menos inovador.
Criar um ambiente inovador, entretanto é possível e pode ajudar muito a lidar com esse cenário. Se você é gestor da sua equipe, ou tem aspirações à liderança existem atitudes simples, e desafiadoras que você pode seguir:
Talvez seja a mais polêmica dessas atitudes, mas é uma das mais produtivas. Linda Hill, professora da Harvard Business School afirma de maneira direta que a inovação raramente acontece sem conflitos.
Isso significa que a criatividade coletiva precisa de um ambiente no qual as pessoas possam expressar ideias diferentes e ensaiar soluções, se modo a testar suas hipóteses num ambiente seguro.
Uma das maiores ilusões dos novos gestores é acreditar que precisam manter “as coisas no lugar”, quando, na verdade, eles precisam promover um ambiente aberto e inclusivo para que as pessoas expressem suas ideias.
Cabe ao gestor garantir a Permissão para trazer os conflitos à luz e não trabalhar com uma agenda oculta na qual as pessoas agem como é esperado apenas para evitar os conflitos.
A Autonomia é uma das mais interessantes e vivas qualidades daqueles que são adultos. Muitos gestores com quem conversamos afirmam que gostariam de ter uma equipe “mais madura”. Mas será que todos conseguem gerenciar essa Autonomia da equipe?
O espaço para gerar Autonomia (veja mais sobre esse conceito da Análise Transacional) pode partir da gestão e será absorvido em graus variados pelas pessoas da equipe. O micro gerenciamento, por exemplo, é o oposto de dar autonomia para que a equipe desenvolva maturidade para realizar e inovar. Apesar disso, ele é uma grande tentação para os gestores em momentos de pressão.
Mesmo quando os processos e políticas de uma empresa estão bem claros, será através da Autonomia que os colaboradores poderão sugerir mudanças e melhorar a forma como as tarefas são feitas. A equipe precisa sentir, para além das palavras escritas na parede, que suas contribuições são importantes.
Ao exercitar a Autonomia sua e da equipe, os gestores podem transformar o ambiente de trabalho e torná-lo aberto à inovação.
Existe uma tendência, muitas vezes imperceptível, de quando somos gestores buscarmos pessoas parecidas conosco para construir a equipe. Isso se reflete nos processos de recrutamento e seleção, tanto internos quanto externos. Há uma sensação de segurança própria de estarmos rodeados de pessoas que pensam parecido conosco e nos são semelhantes.
Para promover a inovação nada pode ser mais pernicioso do que essa homogeneidade. Matthew Syed em seu livro “Ideias Rebeldes – O poder de pensar diferente” demonstra como a falta de diversidade de equipe não só impediu a inovação, mas também gerou desastres. Desde o ataque terrorista às Torres Gêmeas, passando por incidentes de falta de comunicação na escalada do Monte Everest, o autor traz a atenção de que esquipes contratadas, todas com o mesmo padrão sociocultural, tendem a simplesmente não enxergar certos riscos e oportunidades.
Se você quer promover um ambiente inovador em sua equipe invista nessa ideia: pessoas diferentes. Mas diferentes como? A diversidade é justamente isso, a convivência de indivíduos diferentes em relação à etnia, orientação sexual, idade, cultura, gênero trabalhando juntas na mesma equipe.
Essa pode ser uma tarefa especialmente desafiadora, pois existem estruturas sociais que impedem ou dificultam determinados indivíduos a terem acessos a certos espaços. Você como gestor pode iniciar esse movimento sabendo que quanto mais representativa for sua equipe, mais chances você terá de criar um ambiente que de fato favorece a inovação.
Por último, não existe inovação sem errar. Se você como gestor agir de forma a perseguir e demonizar os erros ou quem errou as chances serão de inovação zero, pois a equipe não vai desejar se arriscar.
Promover um ambiente aberto no qual os erros possam ser usados como parte do aprendizado é o melhor que o gestor que deseja promover a inovação pode fazer. Isso envolve documentar e comunicar os processos e os erros com a equipe dentro do processo de inovação. Ocultar os erros para supostamente proteger a equipe também não vai contribuir para a inovação.
A maior parte das grandes ideias que surgiram de inovações sofreram inúmeros erros antes de virem a ser sucessos. Costuma-se dizer que o ideal em equipes que trabalham com inovação é errar cedo, errar logo para poder corrigir e aprender com o erro quanto antes.
Um aspecto interessante sobre os erros é que se perdemos o medo de errar, o processo de inovar se acelera e temos menos chance de ser deixados para trás por concorrentes.
Aqui vai um bônus: O gestor que deseja promover a inovação na sua equipe não deve estar fechado em seu microcosmo da equipe. Seu papel como gestor envolve sempre contato com outras áreas da empresa, com seus pares e com seu próprio gestor. Esse canal de comunicação constante e olhar para fora vai ajudar a alimentar a equipe com informações importantes para manter um ambiente inovador.