Andragogia definida por M.Knowles “é a arte e a ciência de apoiar adultos a aprender”. É na essência um estilo de vida, sustentado a partir de concepções de comunicação, respeito e ética, através de um alto nível de consciência e compromisso social.
Esta definição coincide com princípios e objetivos da teoria da Análise Transacional tais como:
Autonomia que se baseia no fato de que toda pessoa pode aprender a confiar em si mesma, a pensar por si mesma, a tomar suas próprias decisões e a sentir e compartilhar suas emoções. Conforme diz Eric Berne, autor da teoria, uma pessoa verdadeiramente autônoma é aquela que conseguiu “liberar ou recuperar três capacidades”.
Significa que além de conhecer a si mesma, a pessoa consciente conhece de tal modo sua história passada que é apta a não a repetir. Ela usa seus sentidos a fim de estar em sintonia com os acontecimentos atuais de sua vida.
A pessoa espontânea está apta a fazer opções. Tem suficiente autonomia para escolher seu comportamento. Seleciona apenas o que é construtivo em sua programação passada e se desfaz do que é destrutivo.
Tem capacidade para viver momentos de sinceridade e afeto com os outros, o que permite relacionamentos construtivos e gratificantes baseados no respeito mútuo.
O que tudo isto tem a ver com a Andragogia? Lindeman (2009) concebe a Andragogia como: “[…] um processo por meio do qual o adulto se torna consciente de sua experiência e a avalia. (LINDEMAN, 1926 apud KNOWLES, 2009, p.40-43)
Dentro desta definição o autor destaca as seguintes suposições básicas:
Para efeito de nossa conversa neste texto, vamos concentrar nossa atenção nos dois primeiros princípios conforme delineados por (Knowles, 2009, p.67) como segue:
Precisamos responder à pergunta: Por que preciso aprender o que você está querendo me ensinar?
“Os adultos são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e interesses que a aprendizagem satisfará” (KNOWLES, 2009, p. 44).
O adulto precisa saber primeiro por que ele precisa saber algo que lhe será ensinado. Ele precisa saber a utilidade, que problema dele será resolvido ao desenvolver determinada atividade ou habilidade. Essas questões inconscientes esclarecidas produzem a motivação para o adulto querer aprender. Isso implica Autonomia.
A pergunta que está na mente e no coração do aluno é: Como posso ser adulto e aluno?
Os adultos possuem em autoconceito de ser responsáveis pelas próprias decisões, pelas próprias vidas. Sendo assim, surge a necessidade de preencher forte necessidade psicológica de serem vistos e tratados como capazes de se autodirigir.
Isso traz um desafio para a educação de adultos, pois o adulto, ao se envolver numa atividade educacional, tende a regredir ao condicionamento de suas experiências escolares anteriores, coloca o chapéu de dependente, cruza os braços, encosta-se na cadeira e pensa “ensine-me”.
Essa suposição de que ser aluno é ser dependente, combinada ao tratamento dos adultos como se fossem crianças pelo facilitador, confirma suas expectativas de que ser aluno é ser dependente. Isso gera um conflito dentro do adulto de como atender sua necessidade psicológica de se autodirigir.
Se o facilitador tem os conhecimentos da teoria da Análise Transacional, tem um excelente recurso para entender como sua postura contribui para este comportamento do aprendiz e o que fazer para evitá-lo.
O modelo da Andragogia é um sistema de elementos que pode ser adotado por completo ou em parte. Uma característica essencial da Andragogia é sua flexibilidade.
Ao conhecer e aplicar em sua prática docente os conceitos da Análise Transacional, o professor tem opções para criar um ambiente que permite o adulto a participar ativamente do seu processo de desenvolvimento mediante a compreensão e escolha consciente de mudança de fatores pessoais, emocionais e de conduta numa relação OK/OK.
Os conceitos apresentadas no texto e a forma de atuar na prática da Andragogia aliada à teoria da Análise Transacional em sala de aula podem ser desenvolvidas nos cursos abertos da SK.